quarta-feira, 13 de abril de 2011

Como identificar problemas de leitura precocemente

Psicologia | 08/04/2011
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Tags: dislexia, neurociências, Psicologia, The American Psychological Association (APA)
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Pesquisadores estão fazendo progressos em direção ao diagnóstico precoce e o tratamento de dificuldades de aprendizagem
Tocar piano, para quem começou agora a aprender o instrumento, é uma tarefa intimidante: aprender o movimento certo dos dedos, a forma correta de usar pedal, ler as notas e continuar no ritmo. Para uma criança com problemas de leitura, compreender uma simples palavra pode ser tão desafiador quanto isso.

“As pessoas não entendem que ler é uma habilidade complexa”, diz G. Reid Lyon, líder em pesquisas de políticas educacionais na Universidade Southern Methodist e de pesquisas sobre cognição e neurociência na Universidade do Texas, nos EUA.

As dificuldades de aprendizado podem se manifestar de várias formas, desde uma incapacidade em se compreender números ou textos. Mas as dificuldades de leitura são, de longe, as mais comuns. “Representam cerca de 80% a 90% das dificuldades de aprendizagem”, diz Lyon.

Na última década, os pesquisadores desenvolveram técnicas capazes de detectar estas dificuldades cada vez mais cedo – inclusive na infância – e a criação de intervenções que minimizem seus impactos.

O cérebro do bebê

Por definição, crianças com estas dificuldades não sofrem de problemas intelectuais, sensoriais ou distúrbios emocionais. Elas geralmente têm capacidades normais ou até acima da média em algumas áreas acadêmicas e cognitivas.

Quanto mais cedo se identificar dificuldades de aprendizado em uma criança, melhor. De acordo com Lyon, 17% das crianças que não conseguem melhorar sua leitura até os 9 anos permanecem com esta dificuldade pelo resto da vida. “No entanto, grande parte das intervenções é iniciada após dois ou três anos de alfabetização”, diz o psicólogo Dennis Molfese, da Universidade de Nebraska, nos EUA. “Ou seja, a intervenção tem início quando a dificuldade já está completamente estabelecida”, acrescenta.

Segundo Molfese, nos EUA os programas de intervenção demoraram a serem validados e as escolas ainda oferecem resistência em adotá-los. “Quando uma criança apresenta dificuldades de leitura, a probabilidade de ela permanecer com o problema é grande”, diz.

Iniciar tardiamente o tratamento tem se mostrado pouco eficaz. As crianças não conseguem atingir os níveis de compreensão e leitura que um leitor sem dificuldades consegue, chegando a 80% ou 85% do considerado padrão. “O tratamento funciona até certo ponto, mas a maioria das crianças nunca chegará aos níveis de leitura desejados, podendo nunca desenvolver prazer pela leitura”, diz.

Para resolver esse dilema, Molfese e sua esposa, Victoria Molfese, psicóloga do desenvolvimento especializada em educação infantil na Universidade de Nebraska, desenvolveram um método para identificar em recém-nascidos o risco de desenvolver dificuldades de leitura com uma precisão impressionante.

Em 1985, a dupla publicou no periódico Infant Behavior and Development, que eles haviam identificado padrões das ondas cerebrais infantis que tinham relação com as diferenças nas habilidades de linguagem e tamanho do vocabulário, quando estas crianças atingissem 3 anos de idade. Ao longo dos anos, eles expandiram este trabalho. Em um estudo publicado em 2000, no periódico Brain and Language, eles relataram que podiam prever com 80% de precisão se recém-nascidos poderiam apresentar problemas significativos de leitura aos 8 anos. “Agora, nossa precisão é de até cerca de 99%”, diz Dennis Molfese.

Segundo Molfese, o exame é relativamente simples. São afixados eletrodos no couro cabeludo do bebê para registrar suas ondas cerebrais enquanto ouvem sons de sílabas diferentes, como “ba” e “ga”. Na maioria dos recém-nascidos, há um aumento acentuado na atividade cerebral que ocorre cerca de um quarto de segundo depois de ouvir os sons. “Nos bebês em risco, há um atraso nesta resposta com cerca de mais de um quarto de segundo. É muito fácil ver nos registros de ondas cerebrais”, diz. Os bebês conseguem ouvir normalmente, mas o cérebro processa o som mais lentamente.

O casal espera usar estas descobertas para desenvolver intervenções precoces que possam minimizar ou mesmo prevenir distúrbios de aprendizagem. “Sabemos que a plasticidade do cérebro pode ocorrer nos primeiros anos de vida”, diz Dennis Molfese. “Por que não ‘reprogramar’ logo o cérebro?”.

Para chegar a este ponto, em parceria com pesquisadores da Finlândia, eles estão desenvolvendo um jogo de computador que apresenta os símbolos gráficos com diversos sons. Para jogar, as crianças precisam classificar os símbolos e os sons conforme eles aparecem. Pode-se ainda ajustar as configurações de modo que a diferença entre dois sons se torne cada vez mais ambígua, ajudando a criança a gradualmente conseguir distinguir entre sons similares. “O jogo foi originalmente desenvolvido para as crianças da pré-escola, mas esperamos que possa ser adaptado para crianças ainda menores”, diz Victoria Molfese.

Intervenções efetivas

Enquanto as estratégias de intervenção para bebês e crianças pequenas ainda estão em fase de testes, abordagens que visam a crianças com idade pré-escolar e no jardim de infância começam a ser postas em prática. No entanto, o tema ainda gera dúvidas entre professores e psicólogos. Afinal, qual deve ser o foco deste tratamento?

Durante o Painel Nacional de Alfabetização, convocado em 2009 pelo Instituto Nacional de Alfabetização, apoiado pelo Departamento de Educação dos EUA, do qual Victoria participou, se chegou à conclusão de que as habilidades críticas são a escrita, o conhecimento do alfabeto, as tarefas de nomeação rápida e processamento fonológico (a capacidade de dividir as palavras em sons e sílabas).

Segundo o psicólogo Jack Fletcher, da Universidade de Houston, nos EUA, estas abordagens podem ser extremamente eficazes. “Temos muitas evidências. Muitos estudos de neuroimagem mostram que, se as crianças passam por intervenções eficazes, há uma mudança no funcionamento do cérebro para a leitura”, diz ele.

Resultados

Mesmo com todos estes avanços, os pesquisadores lembram que não há cura para todas as dificuldades de aprendizagem, já que existem níveis diferentes de dificuldades. “Crianças com dificuldade leve podem ter uma recuperação total, com a intervenção adequada. Mesmo em níveis mais graves, o reconhecimento precoce pode ajudar a garantir que as crianças recebam as ferramentas necessárias para gerenciar suas dificuldades”, diz Lyon.

E apesar das evidências de que a intervenção precoce é efetiva, pouco tem sido feito nas escolas, onde o diagnóstico continua sendo tardio. “A tendência é postergar o diagnóstico à espera do fracasso das crianças”, diz Fletcher.

Para Molfese, é necessário haver uma mudança de paradigmas dentro da psicologia como um todo para que se passe a considerar a prevenção nestes casos. Molfese concorda. “A maioria dos Estados realiza testes em recém-nascidos para problemas de audição e para algumas doenças genéticas. Adicionar cinco minutos de teste de ondas cerebrais para avaliar o risco de dificuldades de aprendizagem é fácil e relativamente barato”, diz.

Após três décadas de pesquisa, Victoria está esperançosa, mas sabe que ainda falta um longo caminho a percorrer. “Temos pelo menos mais 30 anos de pesquisas pela frente”, conclui.

Créditos: este material aparece originalmente em inglês como Catching reading problems early. Copyright © 2010 da American Psychological Association (APA). Traduzido e reproduzido com permissão. A APA não é responsável pela exatidão desta tradução. Esta tradução não pode ser reproduzida ou, ainda, distribuída sem permissão prévia por escrito da APA.

terça-feira, 12 de abril de 2011

11/04/2011 - 07h00
Reserve 30 minutos por dia para a sua saúdeCeres Prado
Do UOL Ciência e Saúde
Em São Paulo
Comentário [1]

Exescícios para a saúde

Além dos exercícios aeróbios,
são recomendados exercícios de força duas vezes por semana

Para manter a saúde também são necessários exercícios de força e alongamento
Veja exercícios de força para combater o sedentarismo
Veja exercícios de alongamento
para manter a saúde
Todos já sabem que exercícios são importantes para manter uma vida saudável e evitar doenças, mas o que fazer para manter a saúde em dia? Baseado nas recomendações internacionais de 30 minutos de exercício diário, o UOL Ciência e Saúde preparou um plano de exercício para você sair do sofá, ou pelo menos usá-lo para se exercitar. Se você quer ainda perder uns quilos, aumente para 90 minutos e não dispense o acompanhamento médico.

Fazer exercícios regularmente é muito importante para reduzir o risco de doenças degenerativas como diabetes, pressão alta, colesterol alto e até mesmo câncer. Indivíduos ativos tendem a viver mais e com mais saúde.

Mesmo quem já possui alguma doença crônica, os exercícios ajudam no controle. Entre outras coisas, eles auxiliam na diminuição do nível de açúcar no sangue, da pressão, do colesterol e do risco cardíaco, além de auxiliar no aumento da densidade óssea, importante para quem possui osteopenia e osteoporose.

Para manter a saúde, o Colégio Americano de Medicina Esportiva (Came), maior organização de medicina e exercício no mundo, indica 30 minutos de atividades físicas aeróbias de intensidade moderada a alta por dia em cinco dias por semana ou 20 minutos de atividade física vigorosa três vezes por semana.

Faça: 30 minutos de atividades aeróbicas com intensidade moderada a alta por 5 dias na semana; ou

20 minutos de atividade vigorosa três vezes por semana

Além disso, eles recomendam 20 minutos de exercícios de força pelo menos duas vezes por semana. Essa indicação é reproduzida por diversos órgãos de saúde e governos, inclusive pela organização mundial de saúde e o governo brasileiro.

Em termos práticos, para quem é sedentário é melhor começar com atividades de intensidade moderada, para depois pensar em atividades mais intensas. A professora do Departamento de Biodinâmica do Movimento do Corpo Humano da Escola de Educação Física e Esporte da USP (EEFEUSP), Claudia Forjaz, comenta que sedentários não devem iniciar as atividades com 30 minutos, comece com 10 ou 15 minutos e vá aumentando até os 30.

As recomendações mostram que não há diferença para a saúde em fazer 30 minutos seguidos ou divididos pelo dia (em partes de no mínimo 10 minutos). Portanto, se não aguentar ou tiver tempo para os 30 minutos, pode dividir em três sessões de 10 minutos ou duas de 15 minutos, por exemplo.

Os exercícios aeróbios podem ser caminhar, correr, andar de bicicleta, nadar, pular corda etc. Procure uma atividade que lhe atraia para não enjoar e parar depois.

Uma dúvida comum é como saber qual intensidade do exercício. O Came explica que uma atividade moderada é aquela que é capaz de aumentar os batimentos cardíacos, causar suor e alterar a respiração, mas ainda permite que você mantenha uma conversa.

Os 30 minutos por dia podem não ser suficiente para quem quer perder peso, as recomendações nesses casos podem chegar a 90 minutos diários, mas é necessário um acompanhamento profissional para ter melhores resultados.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Johnny pulls Baby up on stage at the end of season revue at Kellermans. Features the classic "Time of my life".